Ritual Cigano na Quinta

Na verdade, foi no domingo! O encontro cigano foi na Quinta da Boa Vista, na nossa despedida do Wiccanique do Rio! Como prometido, voltei pra postar mais fotos! Acho que deve ter uma maneira mais rápida de fazer isso, mas enquanto não descubro, vou colocando aqui mesmo!

Pra quem participou do ritual e ficou com a música na cabeça, vale a curiosidade! Ela me foi "passada" na noite anterior, quando eu estava quase dormindo. Abri os olhos ao ouvir a música, mas ela sumiu. Quando estava quase dormindo, lá veio ela de novo e depois que ouvi inteira, falei para as Vozes: "Vocês não vão querer que eu levante agora pra escrever, né?" Eu estava pregada! Pedi que, por favor, me lembrassem da música no dia seguinte. Dito e feito, lembraram, e aí está ela.

A intenção do ritual que fizemos era a conexão com os Ciganos, uma egrégora poderosa e muito feliz, mas que sabe proteger e defender como ninguém! Eles podem trazer alegria, amor, beleza, auto estima e dinheiro para a vida de quem aceitar sua amizade, pois eles, como todas as forças do bem, ficam felizes em ajudar. Não é preciso ter sangue cigano nem nada. Só o desejo de aceitar uma amizade valoroza e saber honrá-la.

Aliás, honrar amizades valorosas é uma coisa que muita gente ainda precisa aprender... Infelizmente, só o tempo ensina certas coisas. O problema é que dói! Pena pra elas.

Cantiga da Amizade Cigana

Cigano com o pé na estrada
Cigana de saia rodada
Trazem beleza e ouro
Defendem com faca e espada

Repetimos esse verso até sentir a vibração dos ciganos, que foi facilmente percebida no dia do Wiccanique. Aí, pessoas, sozinhas, em duplas ou em trios, entravam na roda dos ciganos, composta pelos bruxos iniciados Tiago, Wieland, Sandra, Ondina, Luciana e eu, claro, que rodava que nem pião. Nem sei como não caí! Cada um possui uma forma de limpeza e harmonização, através de poções em sprays, incensos e athames. Eu não sei onde foi parar meu pandeiro, mas usei um chocalho de sementes indígena, daqueles que parecem uma pulseira, que ganhei de uma leitora muito fofa lá em Manaus. E foi ótimo, porque ele é muito poderoso (e mais fácil de tocar que o pandeiro...). A pessoa então entra no meio da roda e diz:

- Cigano, quer ser meu amigo?

Ao que todos respondiam cantando e dançando:

Teu amigo eu sempre serei
Seguindo o caminho do ouro,
Contigo sempre estarei.


E a pessoa perguntava novamente:

- Cigana, quer ser minha amiga?

E respondíamos com alegria:

Tua amiga eu sempre serei
Seguindo a estrada do amor,
Contigo sempre estarei.

E assim foi, até que terminamos com o último verso:


Cigano com o pé na estrada,
Cigana de saia rodada,
De dia o sol brilha alta,
Depois é noite estrelada!

E nos despedimos cantando uma velha cantiga dos escravos, que eu cantava nas rodas de capoeira (sim, eu lutava capoeira, mais uma surpresa sobre mim...).

Eu vou!
coro: Minha comadre
Eu vou-me embora!
coro: Minha comadre
Eu vou com Deus
coro: Minha comadre
E Nossa Senhora!

E assim nós terminamos o ritual! E aí foi só encantar a comida, e beber, comer, comemorar e festejar estarmos juntos num dia lindo como aquele!

Agradeço de coração a todos que puderam ir aos Wiccaniques, ou a algum deles. Tivemos pessoas de São Paulo, Ceará, Sergipe, Brasília e outras regiões que se esforçaram só pra ir ao nosso encontro! Espero que tenha valido cada momento e que se lembrem desses momentos com o carinho com que eu me lembrarei! Agradeço ao Grande Pai e à Grande Mãe que nos permitiram esse encontro, apesar de tantos irmãos das sombras tentarem impedir. E agradeço aos nossos amigos invisíveis que nos ajudaram em cada passo! Foram nove Wiccaniques! Nove encontros! Nove dias pra lembrar!

Valeu, gente!