quinta-feira, 25 de julho de 2013

PARA ESCRITORES

por Eddie Van Feu

Hoje é Dia do Escritor!!! Agradeço a todos que se lembraram de mim nesse dia! E quero aproveitar para agradecer a todos que tornaram a vida que sonhei em realidade. Eu sempre quis ser escritora. Sempre gostei de contar histórias e minha primeira história era uma versão melhorada de um filme de terror ruim, quando eu tinha 13 anos. Ou 12, não lembro mais! Contei para as crianças da minha rua e elas não desgrudaram os olhos de mim. Quando entrei em casa, escrevi num caderninho. Aí repassei para meus colegas de escola. A partir daí, nunca parei. Meus dedos formigavam se eu ficasse muito tempo sem escrever. Era uma atividade diária, fosse em cartas (não tinha e-mail na época), fossem em crônicas ou poesias, fosse em diários.

Mas a verdade é que eu não acreditava que poderia ser uma escritora de verdade, ou seja, uma profissional. As pessoas mais velhas diziam que eu não conseguiria porque era pobre e sem nenhum contato com editora, nem era famosa, nem estava na televisão. Era verdade. Então decidi que faria outra coisa, mas jamais pararia de escrever. Procurei um trabalho que me permitisse escrever, e Jornalismo foi a opção na hora da faculdade. Tentei muito publicar um livro de crônicas e meu primeiro romance, O Portal. Nunca consegui. Até que consegui trabalhar na Escala, onde eu tinha liberdade total para escrever textos para revistas de diversas linhas. E, paralelo a isso, eu escrevia histórias!

 

Desde a época da Escala, escrever se tornou mais do que meu sonho, mas meu ofício, minha profissão. Fico feliz quando preencho nas fichas como profissão “Escritora”. Me lembra de quem eu sou. É o que eu faço, é o que me move adiante, é o que me emociona, é o que me motiva e o que eu sou. Nunca quis ser escritora por status, porque não achava que isso dava status. Mas eu sempre fui assim mesmo, nunca liguei para status, títulos, marcas famosas, etc. Eu queria ser escritora porque era o que eu era.

Então, eu gostaria de dizer algo para quem deseja ser escritor. Se é o que você quer, batalhe por isso e faça da melhor maneira que puder. Não se contente com menos. Você não é escritor se não tem três obras completas e pelo menos uma publicada. Se não tem nada terminado, termine. Se não tem nada publicado, publique. Não se contente em dizer a si mesmo “Eu sou escritor porque é o que eu sinto no meu coração”. Sentir não é agir. Comece a agir como um escritor. Ou como alguém que é escritor. Finja, se preciso for! Pense “O que a J. K. Rowling faria?” Todos nós precisamos de um parâmetro, de um modelo. Estude a vida dos escritores e esteja pronto para passar pelo que eles passaram. Alguns nasceram ricos. A maioria nasceu pobre e morreu pobre. Alguns nasceram ricos e dizem que nasceram pobres pra dar uma história legal. O importante é que você saiba que muita coisa faz parte do pacote de um sonho. Ser escritor, de verdade, é viver na solidão, viver em outros mundos, explicar pra família e amigos que você não consegue escrever com eles falando com você o tempo todo, construir uma rotina de silêncio e concentração, é pesquisa, é ler, é ver filmes, é ler pessoas, é ver a vida, é viajar dentro da sua cabeça, é sempre ir mais longe. Ser escritor nem sempre vai pagar suas contas, mesmo que seja sua profissão, mas vai compensar muito além disso.



Nunca se contente com menos! Nem com o básico. Há escritores que não evoluem em suas obras. Há escritores cujas obras ficam piores conforme escrevem. Isso acontece porque eles não continuam o caminho em busca da excelência. Eles acreditam que já sabem tudo, que já está bom, que o público está satisfeito, que eles possuem um “estilo”, quando na verdade eles poderiam melhorar e surpreender o público, que sempre merece mais. Nunca se acomode! Não só como escritor, mas em qualquer profissão, procure ser sempre melhor. Não para ser ovacionado. Provavelmente ninguém vai notar. Procure ser melhor porque você pode ser melhor. E porque seus leitores merecem o melhor.

Seja humilde. Mas busque a excelência. Procure um trabalho que permita que você escreva, mesmo que não seja o que você quer. Escrever matérias para um blog ou para um jornal pode não ser seu sonho, mas ajudará a pagar suas contas enquanto você afia suas armas. Ao contrário do que muita gente pensa, escrever por dinheiro não é crime. Adapte-se ao veículo em que trabalha, mas seja leal aos seus valores. Quando tentar se adaptar, verá que você pode ser muito mais versátil do que pensa e pode aprender muito escrevendo outras coisas! Entre um emprego qualquer e um emprego em que você pode escrever, fique com o segundo. Você só será realmente bom escrevendo todo dia, o máximo de tempo possível. Escrever é uma arte como tocar piano ou violino. Quanto mais tempo dedicar a isso, melhor será.

Então, se você já é um escritor por ofício, parabéns! Que mais histórias suas possam vir ao mundo! Se você é um escritor apenas no coração, faça acontecer! Traga suas histórias para o mundo! O mundo sempre precisa de histórias! E, graças aos deuses, de escritores! FELIZ DIA DO ESCRITOR!




2 comentários:

Marcus Vinicius disse...

Lindo Eddie, simplesmente lindo! :)

Daniele Claudino disse...

Muito lindas as suas palavras, Eddie! Sempre quis ser escritora e você sempre foi a minha maior inspiração! Quantas vezes quis desistir de tudo, mas bastava ler um livro seu para que eu me sentisse melhor e me enchesse de esperança. Obrigada. Graças aos seus livros, às coisas que você escreve, eu sempre encontro forças para seguir adiante.
Você é simplesmente maravilhosa, a melhor escritora do mundo! Por favor, não pare nunca com o seu trabalho, pois mesmo que você não saiba, você ajuda muita gente e leva um pouquinho de luz para quem está perdido na escuridão.

Um abraço.