sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A SAUDADE, A TRISTEZA E A ALEGRIA DO TEMPO COMPARTILHADO

Um dia, no Carnaval, eu estava sentada na janela do quarto da minha mãe (eu adorava sentar em janelas) quando vi um bloco de rua muito animado passando. Chamei minha mãe e ficamos batendo palmas e acompanhando um Bloco de Piranhas, feito só por homens vestidos de mulheres. Quando eu de repente olhei melhor e perguntei:

- Aquele ali é o tio Dirlan???

Minha mãe duvidou.

- Não, não deve ser ele não...

Eu berrei da janela:

- TIO DIRLAAAAAN!!!!

E aquele homem de saia, blusinha curta, flores do cabelo e uma latinha de cerveja na mão me olhou, abriu um sorrisão e acenou freneticamente. Nós rimos e ficamos acenando para ele até o bloco sumir.

Hoje o dia começou com uma notícia triste. Meu tio Dirlan, irmão do meu pai, fez a passagem e partiu para uma nova fase do caminho. A tristeza recai sobre nós com o peso de uma ausência. Não nos víamos muito nos últimos anos... Mas doeu assim mesmo. A certeza da ausência dói. Porém, basta lembrar que ele era uma das pessoas mais bem humoradas que já conheci e que era impossível estar ao lado dele sem dar boas gargalhadas. A morte, como sabemos, é só um intervalo, e logo nos veremos de novo. Fica a saudade, mas, em homenagem a ele, que sempre achava graça em tudo, eu me recuso a ficar triste. Deixo as lágrimas caírem, porque ninguém é de ferro, mas me lembro dos momentos que tivemos e acrescendo um sorriso. Mais do que lamentar o tempo que não tivemos, agradeço com o coração cheio de alegria pela oportunidade de tê-lo conhecido.


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